Como pode um poeta atravessar sua existência sem lançar-se no porvir? De que me adiantaria sê-lo se eu partisse calado? (a voz que escreve sobrevive) Penso em tudo que eu poderia, que eu diria, que eu seria, mas não há futuro - do pretérito que esgote É que no fim de toda vida, inevitavelmente há morte. Confesso que não lhas entendo: nem a primeira, nem a segunda e percebo que já estou escrevendo, cumprindo meu intento, uma mensagem bem assim fiel ao que eu fui (ou ao que eu sou, não sei) Eu tenho sim muito amor e muita vida o que sinto não é nostalgia é dor de vida bem vivida de todas as personas que interpreto. E no disse-me-disse, Pessoa, que não se importava nem que dançassem ou rezassem latim, no fim, deixou o mais lindo epitáfio - coisa estranha pra quem não se importa. Acontece que nem ele, naquele tempo, nem eu, em presente...
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