Vai pela sombra! (poesia)
Ninguém nunca lhe disse, menina,
que você era muito nova
pra sair sozinha nesse deserto?
(Antes fosse num bosque...)
que no deserto,
embora as noites sejam frias,
os dias são escaldantes
e intermináveis?
que estamos sempre à procura da próxima sombra
e da próxima
e da próxima
porém, vivendo de oásis
nessa lembrança-jeito
de ter em mente o elemento água
- desejo recorrente
mas impossível de saciar?
Já entendi que não lhe disseram, menina,
e a todo canto que olho
- à sua procura -
vejo apenas deserto
e a cada fresco abraço
ainda sob a regência de Morfeu,
desperto com a consciência de que não há água nova:
tudo não passa de miragem.
Mas não seria esse deserto a representação do que penso?
Se for o que penso, ora, não importa,
porque o que penso não é o que é,
mas apenas o que penso.
Portanto, vire-me as costas (se quiser),
pois o seu tempo é de outras portas e de solos férteis.
Eu só lhe peço, com todo o meu amor:
Menina, por onde for, vai pela sombra...
Que poema bacana! Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado!!
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